solidão
Sozinha, entre a multidão,
envolta por fumo e pelo ruído,
olhos baixos, pernas cruzadas, café na mão
Não se faz fogo sem haver uma faísca
Nem magia sem conhecer o feitiço
E embora pouco perca quem arrisca
Não ganha, também, muito com isso.
Não se faz amar, alguém que não ama,
Não há partilha: só há solidão,
E por mais que se partilhe uma cama,
Nunca existe um único coração.
A sina é para todos igual,
Entre os muitos, para sempre sozinhos
E mesmo entre os dias que passam menos mal,
haverá sempre alguns espinhos.
Ana Patrícia