Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Errante

"Por mais soberana que a a minha mente se torne, o meu coração será para sempre vagabundo"

09
Set11

nada se move

anpatriciaa

 

 

Há notícias capazes de transformar

O mais tórrido Verão num gelado suspiro

É como se me beijasses com carinho

Só para depois, feita a mentira, seguires caminho

Sem aviso dar,

É como se retirassem, de mim, a minha pele

E a frieza se tornasse a minha identidade,

Há sonhos e esperanças, que só servem

Para cairmos em profundos abismos

Quando a realidade à porta nos bate.

Há noticias assim, que nos trazem o frio de gélidas zonas

Que nos tornam imóveis, que param corações que tão fortemente bateram

Quando a mesma circunstância era vista de outra perspectiva

Quando a força abatia o medo,

Quando me beijavas presente,

Quando eu sonhava, e lutava para vencer,

Hoje tenho frio, frio e mais frio,

O vento corre, estou ao relento,

Nada em mim se aguita, o coração não bate,

O meu olhar, outrora ávido e feliz, é lento, lento, lento,

Nada se move.

 

fotografia: Palmela, 2011

24
Ago11

um amor impossível

anpatriciaa

Aviso: O poema em baixo é o que pode chamar "um poema a brincar", com uma linguagem e estrutura muito simples. Digamos que enquanto cantava e arrumava o quarto, inventei-o, parei o que fazia e escrevinhei-o num papel.

 

É um amor impossível

Que não está destinado

Uma ideia louca,

que devo por de lado

 

São coisas belas

Que nunca vão acontecer

E nem devo pensar nelas ,

só me vão fazer sofrer

 

Fecho os olhos, sorrio e sonho

Vivo numa fantasia

O momento certo cessou,

A oportunidade, perdi-a.

 

fotografias: biblioteca do museu de António Malhoa (Caldas da Rainha). Já agora, aconselho a visita ao museu, vale a pena :)

 

17
Jun11

nonsense poetry

anpatriciaa

"Are now my friend,
Oh, I see said the blind man,
To his two deaf daughters on the disconnected telephone."

 

"One fine day in the middle of the night,
Two dead boys got up to fight,
Back to back they faced each other,
Drew their swords and shot each other,
One was blind and the other couldn't, see
So they chose a dummy for a referee.
A blind man went to see fair play,
A dumb man went to shout "hooray!"
A paralysed donkey passing by,
Kicked the blind man in the eye,
Knocked him through a nine inch wall,
Into a dry ditch and drowned them all,
A deaf policeman heard the noise,
And came to arrest the two dead boys,
If you don't believe this story’s true,
Ask the blind man he saw it too!"
 

 

 

 (autor(es) desconhecido(s))

22
Jan11

friend

anpatriciaa

 

 

"Ao fim do dia,

De aspecto cansado

Senta-se na praia,

Por solidão abraçado.

De olhar imóvel, de cabelos ao vento

Fixa o horizonte, de olhar atento.

Quem é poucos sabem,

de onde vem também não

Um homem  perdido, alguém já esquecido

Que não sente o calor, que não sente o frio

Afastado do mundo, perto do vazio."

                   Ana Patrícia

 

08
Set10

A uma rapariga - Sebastião da Gama

anpatriciaa

Somos assim aos dezassete.
Sabemos lá que a Vida é ruim!
A tudo amamos, tudo cremos.
Aos dezassete eu fui assim.


Depois, Acilda, os livros dizem,
dizem os velhos, dizem todos:
"A Vida é triste. a Vida leva,
a um e um, todos os sonhos."


Deixá-los lá falar os velhos,
deixá-los lá... A Vida é ruim?
Aos vinte e seis eu amo, eu creio.
Aos vinte e seis eu sou assim.

02
Set10

O MONSTRENGO

anpatriciaa

 Um dos meus poemas favoritos desde os meus dez anos...

 

 

"O monstrengo que está no fim do mar,
Na noite de breu ergueu-se a voar ;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse “Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?”
E o homem do leme, disse tremendo,
“El-Rei D. João Segundo!”

“De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?”
Disse o monstrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
“Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?”
E o homem do leme tremeu, e disse,
“El-Rei D. João Segundo!”

Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes,
“Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu ;
E mais que o monstrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!”

 

                                                               Fernando Pessoa

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D