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Errante

"Por mais soberana que a a minha mente se torne, o meu coração será para sempre vagabundo"

02
Jul13

Nas paredes de minha casa...

anpatriciaa

2009-2011

 

2011-2012

 

2012-2013

 

 

O meu favorito é o actual. O mais curioso é que isto não foi propositado, algo me diz que gosto de autocolantes com um casal a dar um beijinho com corações a pairar no ar. Sou mesmo panasca... 

 

(Decerto que poderia encontrar uma fotografia melhor do primeiro, mas de momento não me apetece mergulhar no mar infindável dos meus registos fotográficos... ui, tão bem que isto soou!)

06
Jan11

Que já não passa... não passa.

anpatriciaa

 

 

 

Colocarei, em baixo, um poema escrito em Maio de 1902, pelo génio que foi Fernando Pessoa. Lembro que ele tinha apenas 14 anos!

 

Quando eu me sento à janela
P'los vidros qu'a neve embaça
Vejo a doce imagem d'elia
Quando passa... passa.... passa...

N'esta escuridão tristonha
Duma travessa sombria
Quando aparece risonha
Brilha mais qu'a luz do dia.

Quando está noite ceifada
E contemplo imagem sua
Que rompe a treva fechada
Como um reflexo da lua,

Penso ver o seu semblante
Com funda melancolia
Qu'o lábio embriagante
Não conheceu a alegria

E vejo curvado à dor
Todo o seu primeiro encanto
Comunica-mo o palor
As faces, aos olhos pranto.

Todos os dias passava
Por aquela estreita rua
E o palor que m'aterrava
Cada vez mais s'acentua

Um dia já não passou
O outro também já não
A sua ausência cavou
Ferida no meu coração

Na manhã do outro dia
Com o olhar amortecido
Fúnebre cortejo via
E o coração dolorido

Lançou-me em pesar profundo
Lançou-me a mágoa seu véu:
Menos um ser n'este mundo
E mais um anjo no céu.

Depois o carro funério
Esse carro d'amargura
Entrou lá no cemitério
Eis ali a sepultura:

Epitáfio.

Cristãos! Aqui jaz no pó da sepultura
Uma jovem filha da melancolia
O seu viver foi repleto d'amargura
Seu rir foi pranto, dor sua alegria.

Quando eu me sento à janela
P'los vidros qu'a neve embaça
Julgo ver imagem dela
Que já não passa... não passa.

18
Out09

poema'

anpatriciaa

 

Asa no espaço

 
"Asa no espaço, vai pensamento!
Na noite azul, minha alma, flutua!
Quero voar no braços do vento,
quero vogar nos barcos da Lua!

Vai, minha alma, branco veleiro,
vai sem destino, a bússola tonta.
Por oceanos de novoeiro,
corre o impossível, de ponta a ponta.

Quebra a gaiola, pássaro louco!
Não mais fronteiras, foge de mim,
que a terra é curta, que o mar é pouco,
que tudo é perto, príncipio e fim.

Castelos fluidos, jardins de espuma,
ilhas de gelo, névoas, cristais,
palácios de ondas, terras de bruma,
asa, mais alto, mais alto, mais!"
 
 
(Fernanda de Castro)

 

 

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