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Errante

"Por mais soberana que a a minha mente se torne, o meu coração será para sempre vagabundo"

22
Dez14

"Estamos a destruir a expetativa"

anpatriciaa

"Aquilo que estes autores vêm dizer é que se calhar não é bem assim como estávamos a pensar e se calhar muito do prazer que temos com o consumir de substâncias como o álcool não tem a ver com o gostar, não tem a ver com o consumir, mas tem a ver com o pensar em consumir, tem a ver com o desejo, com a expectativa (gostar é diferente de desejar). O que eles verificaram é que partindo do primeiro consumo, a nossa parte do gostar em termos do prazer vai diminuindo, ou seja, através de fenómenos de tolerância, quando repetimos os consumos, o gostar vai diminuindo. O que vai aumentando é o processo de condicionamento e a expectativa. Isto quer dizer que provavelmente todas estas áreas são estimuladas quando o paciente alcoólico caminha para o bar e sabe que vai beber, ou quando o toxicodependente prepara o garrote para se injectar, mais do que a própria substância no organismo. Por exemplo, acontece-vos isso quando combinam algo com os vossos colegas, e a expectativa da própria festa que vocês têm programada vos deu mais gozo do que quando estiveram lá. Este é o poder da expectativa. Nós em termos de sociedade de consumo, pensem nisto, estamos a destruir a expectativa. Hoje ninguém tem paciência para esperar, porque querem é ter as coisas logo. Ao destruir a expectativa estamos a destruir o prazer. Estamos a evoluir e transformar a sociedade através do paradigma do consumo toxicodependente, que é o mínimo custo e o máximo do benefício em termos do prazer. Mínimo custo que é adquirir a substância e o prazer máximo. É o esforço de obter que dá o prazer, dizem estes autores, e se eles estiverem correctos, nós estamos gradualmente e a passos largos a destruir a nossa capacidade de sentir prazer."

ism.png

(retirado das desgravadas das aulas de ISM, 3º ano FMUL, Prof. Dr. Samuel Pombo)
gráfico: The neural basis of drug craving: an incentive sensitiation theory of addiction. Robinson  T., Berridge, K. Brain Research Reviews, I8 (1993) 247-291

 

 

 

12
Nov13

Gráfico dependência x danos físicos de 20 drogas recreativas

anpatriciaa

source: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Rational_scale_to_assess_the_harm_of_drugs_(mean_physical_harm_and_mean_dependence).svg. (o artigo original não pode ser lido gratuitamente :\...

 

 Este gráfico é interessante, a primeira coisa que me salta à vista é a comparação entre o nosso amigo etanol e cannabis, LSD e ecstasy, sendo que se considera que estas 3 últimas drogas apresentam menor risco, quer de dependência quer de danos causados ao seu utilizador. 

 Ora, não me tomem por nenhuma alcoólica, mas a verdade é que tenho um consumo mais ou menos regular, entre uma e outra festa da faculdade e no entanto, se alguém me oferecesse algum LSD eu certamente afastar-me-ia com um ar assustado, de olhos bem abertos e do género "don't touch me".

 Interrogo-me se falta aqui informação complementar, com quantas pessoas foi este estudo realizado e se foi aleatório, não podemos comparar o vicio e danos fisicos de um bando de adolescentes que fuma numa cave aos fins de semana com um homem que passou os últimos 40 anos da sua vida a beber de forma excessiva e completamente irracional. De qualquer forma acho este assunto interessante, a ver se investigo quando tiver mais tempo...

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